Hoje sem planejar, me deparei com algumas fotos antigas,
alguns textos antigos. Lembro muito bem dos momentos exatos, das horas que
passava em frente ao computador tentando fazer montagens, lembro também dos
textos, dos sentimentos que me levaram a escrevê-los. Sabe, o tempo realmente
voa, mas eu não sou de esquecer fácil, sejam momentos ou pessoas. E sempre
dizia a mim mesmo que não tinha mudado, a gente simplesmente vai vivendo e na
maioria das vezes nem notamos que já crescemos, que a vida espera algo maior de
nós. Mas olhando essas mesmas fotos e
lendo esses mesmos textos eu notei que as coisas mudam sim, e que eu também mudei.
É impressionante o tanto de gente que passa pela nossa vida e a gente nem tem
uma noção plena disso, às vezes aquela pessoa que foi tão importante pra você há
dez anos, é a mesma pessoa que hoje você não lembra nem o nome, ou aquela
pessoa que você apenas fala um oi e sorrir, um ato que parece ser muito mais
por obrigação do que por prazer. Às vezes é injusto o que o tempo e a memória fazem
com a gente, ou às vezes é o ato mais justo, o que nos faz seguir em frente
mesmo sem percebermos.
Até quando vai ser
assim? Tem como não se apegar? São duas perguntas que passarei a vida sem saber
a resposta. Eu sempre quis ser amigo, sempre soube ser amigo, mas ao longo do
tempo o que eu mais via era às pessoas saírem da minha vida, de maneira sutil,
mas indo embora... Algumas foram no momento que eu mais precisei, mas eu
superei. Mas confesso que o medo ficou, embora eu ainda não saiba controlar a
velocidade, por que eu sempre me atiro de vez, ficou o medo de sempre perder,
sempre ter que seguir em frente. Uma vez
dói, a segunda magoa, a terceira a gente tenta entender o porquê, mas depois da
quarta a gente apenas se acostuma, vai tentando aprender com a dor e ai a gente
acaba usando aquele velho clichê.
Mudei, sem notar, sem perceber, se eu me olhar internamente
eu ainda acho que sou aquela criança, cheio de sonhos e de certezas, mas basta
aparecer um espelho, ao notar a barba já feita, eu entendo que embora a criança
ainda esteja ali, o tempo passou, as coisas mudaram, a vida prosseguiu.
Eu só espero que os que hoje estão aqui, estejam também daqui
a dez, vinte anos, e que ao olhar esse texto eu direi que as coisas continuam
mudando, só que agora para melhor.
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